O Director-Geral Adjunto do Instituto Nacional de Saúde, Eduardo Samo Gudo, alerta para o risco de surgimento de novas pandemias antes do término da COVID-19 e a emergência de saúde pública de interesse internacional, caso prevaleça a constante invasão do ambiente animal pelos humanos. O alerta foi lançado na manhã desta quarta-feira (03), em Maputo, durante a abertura da Oficina de Trabalho da Plataforma de Saúde Única em Moçambique, que arrancou ontem, com a duração de três dias.
Samo Gudo acredita que as próximas pandemias estão próximas, pois, no passado, havia cerca de 10 anos de interregno entre elas, entretanto, actualmente, a ocorrências de zoonoses tem aumentado ao nível mundial, por culpa dos próprios humanos, que invadem o ambiente faunístico e carregam patógenos que, normalmente, convivem com os animais, mas fazem mal ao ser humano.
“Caso a situação prevaleça, vamos entrar para um novo paradigma de saúde global, em que vamos ter mais de uma pandemia em simultâneo”, advertiu.
O interlocutor entende que a realização da referida oficina constitui um marco importante e pertinente para se instituir uma vigilância sanitária epidemiológica robusta no âmbito da prevenção e controlo da propagação de doenças endémicas emergentes e reemergentes, com enfoque para doenças zoonóticas.
Por seu turno, o Director do Centro de Biotecnologia da Universidade Eduardo Mondlane, Joaquim Saíde, defendeu a necessidade de se desenvolver, fortificar e implementar um sistema focado na abordagem de saúde única, que permita enfrentar os desafios que o país tem passado nos últimos tempos.A Oficina de Trabalho da Plataforma de Saúde Única em Moçambique tem como objectivos mapear os intervenientes da Rede de Saúde Única no país, rever o seu plano estratégico e o diploma inter-ministerial para a institucionalização da plataforma.
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