O distrito de Massinga poderia ser um exemplo de como replicar o modelo de Gaza de 2019. Foram necessárias quatro semanas para chegar, lentamente, perto do nível-alvo de 5.970 novos eleitores por semana.
Segundo noticia o Centro de Integridade Pública (CIP), até 20 de Abril, Massinga havia registado um número superior ao de todos os adultos em idade de votar no distrito, e ainda faltava uma semana.
O CIP entende que houve segundo os dados um súbito salto de eleitores, "não é de pessoas reais, mas sim de fantasmas", lê-se.
"A partir da quarta semana assiste-se a um cenário de provável registo de eleitores fantasmas. Foram recenseados, em 7 dias (7 a 13 de Abril), cerca de 16 mil eleitores, quase o triplo do que foi projectado para aquela semana (5970 eleitores). Na semana passada (14 a 20 de Abril), o STAE recenseou cerca de 9 mil eleitores, correspondendo a 150% da projecção semanal", pode se ler no Boletim desta quinta-feira publicado pelo CIP.
A análise do CIP, revela dados assustadores, pois, em apenas duas semanas, (7 a 20 de Abril), o distrito de Massinga conseguiu registar cerca de 30 mil (79% dos eleitores previstos para se recensear), muito acima dos 26% registados (cerca de 10 mil eleitores) nas primeiras três semanas.
“Justamente na mesma semana, os observadores do consórcio Mais Integridade constataram que os mobiles, em diversos distritos de Inhambane, estão a ser recolhidos durante a noite pelos técnicos do STAE e devolvidos nas primeiras horas do dia seguinte. Os relatórios dos nossos correspondentes, no período em referência, apontaram para um cenário de fraca presença de eleitores nos postos de recenseamento”, lê-se no documento.
Os eleitores fantasmas terão sido registados em alguns postos de recenseamento eleitoral devidamente identificados (para mais detalhes, leia o boletim 250). Segundo as estatísticas, o distrito já recenseou 105% de eleitores, tendo já ultrapassado as metas. E esta semana poderá ultrapassar os 110%.
LEIA O BOLETIM AQUI
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